No dia 27 de fevereiro, os alunos do 9.º ano tiveram uma experiência muito interessante, foram ao teatro e assistiram à peça "Auto da Barca do Inferno", obra que integra os conteúdos da disciplina de Português. Foi uma iniciativa de grande aprendizagem de forma lúdica, que resultou da articulação entre a biblioteca escolar e o grupo disciplinar de Português-3.º Ciclo.
Sinopse:
O tempo que Gil Vicente põe em marcha com o “Auto da Barca do Inferno” não pertence apenas ao século XVI, mas atravessa todas as épocas. Ainda hoje, aqueles dois juízes, aqueles “pescadores de almas”, Anjo e Diabo, estarão à nossa espera para nos apontar defeitos e virtudes, erros e boas ações. Nesta encenação, é realçada a diferença entre os papéis ativo e passivo do Diabo e do Anjo, conferindo ao primeiro a imagem de um andrógino mestre-de-cerimónias, pronto a receber na sua Barca uma variedade de convidados, e ao segundo a quietude de um ser que espera poucos visitantes, imperturbável como uma borboleta num casulo. As personagens são apresentadas com trajes atuais, de forma a diminuir o distanciamento provocado pelo linguajar vicentino e a facilitar a identificação com o espetador. Os adereços de cada personagem são parte de jogos cénicos que visam proporcionar uma melhor compreensão do sentido do texto. O exagero nas dimensões de alguns adereços, a deturpação da função que lhes é atribuída, serve para elucidar as intenções do autor e sublinhar as suas críticas sociais. O Parvo veste uma roupa demasiado grande, quase uma camisa de forças; o Onzeneiro carrega um bolsão gigante; a corda do Enforcado é do tamanho do palco.
Adaptado de:https://www.teatroactus.com/auto-da-barca-do-inferno